Os homens na Gastronomia Macaense
Sempre dá água na boca, só de lembrar ou ouvir como se faz este prato ou outro. Até chega a criar uma competição saudável e divertida, quando os "concorrentes" comentam dos pratos que os outros preparam. Aquela conversa de "o meu é o melhor" desperta curiosidade quanto à receita que "ele" utiliza. Aposto que você já ouviu de um concorrente falar do prato de outro concorrente, é o tal de "aiá, falta isto falta aquilo", muito comum no ló pák kou, tal como "está duro", ou "muito pobre, pouco recheio".
Alguns são extremamente reservados. "Porque revelar os meus segredos aos concorrentes?", outros abertos, contam os detalhes, ou se contam, hummmm !!! Até tem uma linha de "cozinheiros" que falam abertamente que fazem de cabeça e "a olho", e nem sabem dar receitas. Bom, talvez na hora de elaborar, façam um esforço. Enfim, isso é saudável além de pitoresco.
O meu tema são os homens "cozinheiros" da culinária macaense. No Brasil são quantos? Estou aqui a fazer as contas. Do que sei e ouvi falar são 7 que têm certo destaque e são conhecidos. Mas penso que deve haver mais. Aqueles "mineirinhos", quietos no seu canto que cozinham bem à beça mas ninguém fala deles ou não se expõem ao público.
Até dá margem para imaginar como seria interessante uma competição específica. Cozinheiros x cozinheiras !!! Quem cozinha melhor, os homens ou mulheres? Pelo menos no concurso que aconteceu no Encontro de 2004, as mulheres ganharam a disputa. A dupla Isabel Pedruco /Isabel Batalha foi vitoriosa e olha que havia homens na parada !!! Mesmo assim, vale sempre perguntar: qual a sua opinião? Eu, politicamente correto, vou deixar de opinar. Para mim, sempre serão bem-vindos qualquer prato macaense, seja de homem ou mulher cozinheira, mas que me façam matar as saudades da terrinha, da minha mãe (aliás, foi uma excelente cozinheira, sem querer ser um filho "engraxa sapato ou puxa-saco", pois ela hoje desfruta do seu descanso eterno) e fazer-me desfrutar dessas delícias da nossa culinária, que precisamos preservar a qualquer custo. E sobre isso, os meus elogios pela criação da Confraria da Gastronomia Macaense, que hoje tem um novo presidente, o Luís Machado, que merece total apoio para esta tarefa importante em prol da nossa cultura e memória.