Crónicas Macaenses

16/07/2009

São Paulo e os 10 anos da transição

"Acuso o recebimento" do convite da Casa de Macau de São Paulo, para participar da festa no dia 1 de Agosto de 2009, para celebração dos 10 anos do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau - RAEM, bem como do 'tái san iat", 20 anos de existência da associação macaense..

Andam falando por aí que a competente Julie, que com toda a justiça assumiu a cozinha da associação macaense, vai preparar um delicioso tacho (chau chau pele), embora eu preferisse a sua feijoada macaense, a mais saborosa que já experimentei. O caprichado "tá páu" que ganhei dessa feijoada fez-me viver Macau nas nuvens por 2 dias.


Como já é uma tradição nas festas paulistanas/macaenses, o côro de macaenses, hoje com um nome mais adequado "Vozes de Macau", está a ensaiar a todo vapor e estreando algumas novas canções no seu repertório, além de que, ao que parece, com novos trajes chineses comprados na Liberdade. Aliás este côro está de parabéns, com menção especial à sua coordenadora Judite Manhão Branco, pois é a única formação macaense de São Paulo que mais tempo está a durar. E olha que estão de olho no Encontro de 2010. Será que vão estar lá?

Praticamente o grupo está a ensaiar nos fins de semana, quer haja festa ou não. Hoje conta com o novo maestro Fernando, pasmem, faz parte de uma banda cover de Bee Gees com ele nos teclados, tal como trajado com chapéu e tudo. O eficiente Vainer Dias Gomes que conduziu o côro no Encontro de 2007, teve que viajar por alguns meses para a Alemanha para um contrato musical, assumindo o Fernando no seu lugar que está também a mostrar toda a sua eficiência.

Outra grande atração, esta que vai fazer a gente rolar de rir, é uma peça teatral em patuá coordenada pelos pais de teatro paulista em patuá, a Mariazinha Conceição Carvalho e o Armando Ritchie. Só de ouvi-los contar de detalhes da peça, já dá para rir, quanto mais ver a peça em si. É uma nova adaptação da peça "O Passaporte" que conta de um posto para tirar o passaporte ao lado de uma padaria. Aí já dá para imaginar que as pessoas, por engano, vão ao balcão da padaria tirar o passaporte ou para o balcão do passaporte para comprar pão. É uma confusão danada !!!
Numa outra postagem irei falar e mostrar mais imagens de uma outra peça anterior como esta ao lado e acima. Queria muito ver o grupo teatral no Teatro do Macau Tower, quer seja no próximo Encontro ou não, pois garanto, vai fazer muito macaense morrer de dar risada até inclusive do inigualável Dóci Papiaçam.

Quanto à parte musical, já o Canicha (Charlie Santos) irá com a sua banda profissional fazer a apresentação que, segundo dizem, com as músicas dos anos 60 do seu novo CD. O Canicha já lançou tantos CDs, não comerciais, como frisa, que até perdi a conta. Fico feliz por ele que está a fazer o que mais gosta e com muita competência, e tudo com investimento pessoal. Bom para quem pode e faz, e faz bem!!! Sucesso Canicha!!!

Quanto à celebração dos 10 anos da RAEM, que conta com patrocínio de Macau e verbas através do CCM, já estamos a ver por diversas Casas e associações macaenses. Sempre é bom registrar que vale a celebração, pois a transição pacífica e o status quo da Macau de hoje, não é o que a maioria dos macaenses poderia imaginar. Podem falar da perda de certas regalias, mas digamos que ganhamos naquelas que nunca poderiamos pensar, o do porque da massiva imigração macaense antes da transição, como a minha bem antes em 1967, e agora até assistimos a algumas imigrações inversas. Ouço falar de certa resistência de uma ou outra entidade, mas convenhamos, quando nos ansiamos por um Encontro, bem sabemos quem nos patrocina a volta à nossa terra mãe e quem nos trata como filhos da terra, independente da nossa nacionalidade.

Que seja um sucesso a festa macaense-paulistana e que transcorra tudo na santa paz, boa vontade, respeito e bom senso.