Crónicas Macaenses

08/11/2007

Vamos ao Encontro (6) - a complicada matemática do subsídio

Esse negócio de subsídio para a viagem ao Encontro sempre dá polémica e até ressentimentos. Ora vamos ver ... antes de conhecer o valor do subsídio, a Casa de Macau abre uma lista de inscrições sem compromisso. Daí mais de uma centena de pessoas se inscreve na esperança que venha aquele subsídio miraculoso em que você viaja pagando só seus US$ 50, por exemplo. Na verdade isso aconteceu em 1999, o último do governo português.
Daí vem aquele subsídio genérico em que com ele ou sem ele, dá na mesma, pois resulta lá pelos US$ 100,00, insignificante para uma passagem de US$ 2.100,00 ou mais. Muita gente desiste.
Então vem um adicional em função do alto custo do Brasil para Macau. Mesmo assim, outros desistem, pois o subsídio ainda não é significativo e daí vai ...
No final, quando a Casa de Macau é obrigada a dar um prazo final pois tem que dar início à compra de passagens e reserva de hotéis, outros desistem e sobra um número definitivo que irá usufruir do subsídio. A matemática fica assim - valor do subsídio (dividido por) nº de viajantes = valor de subsídio para cada um dos viajantes confirmados e que deram o seu cheque de garantia. Conta simples, não? Mas não é bem assim.
Pois, quando o resultado da conta dá num razoável valor de subsídio, aí começa-se a ouvir vozes de arrependimento tal como "ah ... se soubesse que o valor do subsídio iria ser esse, eu não teria desistido". Mas espera aí ... se todos, digo todos ou boa parte deles, pensassem assim e não tivessem desistido, qual seria o valor do subsídio para cada um ??? Teriamos que fazer novamente a conta acima e aí iria dar nos parcos US$ 100 ou pouco mais, talvez US$ 150,00. Aí viajariam ???
Pois, quanto mais gente confirmada, menor o valor do subsídio para cada um. Não há milagre !!!
Obviamente que seria ideal e ótimo que todos pudessem viajar a Macau pagando uns US$ 50 ou US$ 500,00, digamos, mas para isso, teria que vir um subsídio astronómico, lá sei, dos seus US$ 150 mil por aí. Mas não é isso. O tempo das vacas gordas acabaram e ainda temos que dar graças a Deus que, mesmo com a mudança de governo, ainda somos prestigiados pelo governo da RAEM. Alguém imaginava que seria assim ???
Mesmo assim, o número de pessoas de São Paulo que viaja para o Encontro, pouco mais de 70, já é um bom número, considerando que em 2001, foram 2, isso mesmo, o presidente e o vice, e em 2004 cerca de 40. O ideal que o número de viajantes chegasse nos seus 150, tal como aconteceu em 1999, mas para que fosse possível para os bolsos deles, teria que vir um subsídio similar da época, mas como disse, hoje, isso já não é mais possível por razões óbivas.