Crónicas Macaenses

21/08/2008

Muito se falou de Macau na tv brasileira e a novela da Globo

Na véspera das Olimpíadas, cujo fim se aproxima, muito se falou de Macau nas tvs brasileiras. Mais pelo motivo de ter sido o sítio onde várias delegações brasileira se hospedaram e fizeram seus treinamentos. Foi um esforço dos atletas que batalham para representar o País, mas e o apoio? Muito pouco! O resultado está aí com as poucas medalhas conquistadas. Vamos ver se até o seu fim, acrescente algumas a mais, pois este País de língua portuguesa bem merece.

Entre os detaques de Macau nas tvs, foi que na nossa terra, a língua portuguesa está espalhada por todos os cantos, nos cartazes, anúncios, nomes de estabelecimentos etc., porém quantas a falam ... o mínimo !!! Apenas os macaenses e portugueses que lá permaneceram após a transição, esses valentes, o motivo da permanência da nossa língua, fora de outros valentes chineses que sabem valorizá-la. Mesmo assim, os brasileiros diziam que isso os fazia sentirem-se "em casa".

Até o sr. Stanley Ho apareceu para mais de 200 milhões de brasileiros que o viram ao lado do Scolari, e a Tv Globo, aquela que vai gravar umas cenas da novela "Negócio da China" em Macau, exibiu o noticiário em horário nobre, no jornal das 8 da noite. Isso me fez lembrar da reunião que tivemos (eu e os diretores da Globo) em Macau, agora em Julho de 2008, com uma das pessoas ligadas à direção da rede de casinos do sr. Stanley Ho, na qual houve uma disposição revelada de autorizar o uso, ainda não detalhado e desconheço o desenvolvimentos dos contatos, do Gran Lisboa para as cenas da novela. E se a contrapartida parcial seria uma exposição de Stanley Ho e seus casinos, penso que a Globo cumpriu a sua parte, pois depois houve uma outra reportagem em que o novo casino foi mostrado.

O porque do Gran Lisboa? Acompanhei os diretores, Cláudio e Moa, na visita a diversos casinos, porém aquele que mais os impressionou foi o Gran Lisboa pela imponência e a beleza clássica do seu hall. Queriam um assim, que mostrasse um misto de ocidental com o oriental, pois os que mostravam ambientes europeus, apesar de lindos, fujiam um tanto dos seus propósitos, apesar de não terem descartado um eventual uso conforme as circunstâncias. Lembro também que quando encontrei o diretor geral da novela, Mauro Mendonça Filho, lá no Gran Lisboa, ele, com as duas mãos na cintura, o contemplava com admiração. Depois soube que outros casinos também o impressionaram pela imponência, como o Venetian e o MGM. Afinal, Macau para o mundo, é uma cidade de uma mistura harmoniosa entre o Oriente e o Ocidente, o tanto que devia ser mostrada na novela por essa característica. Um detalhe que espero que os futuros dirigentes da RAEM saibam preservar, como têm mostrado até hoje.