Crónicas Macaenses

31/03/2010

Um macaense amante da velocidade

Este aí é o autor deste blog. Já desde Macau, adorava os Grandes Prémios. Sempre depois da escola no Seminário São José ia para os sítios onde estavam os carros, especialmente para o stand na Praia Grande.
Com uma discreta máquina de fotografia, procurava fotografar os carros de um jeito ou outro. Até hoje, ainda conservo estas fotos que ainda faltam para ser publicados no PMM e no meu site de fotografia Imagens DaLuz. Lembro-me bem que ia assistir os Grandes Prémios no Reservatório, na longa recta da Praia Grande ou no Hospital São Januário. Era uma festa pois levava lanches e guloseimas, coisas que um adolescente, em especial, adorava.
Mas hoje cresci. Já com os meus 59 anos, com um equipamento profissional e teleobjectiva zoom de até 400 mm, faço a cobertura fotográfica das corridas em Interlagos/São Paulo/Brasil. Tenho credencial de imprensa permanente da Federação de Automobilismo de São Paulo para livre acesso na pista, nas corridas promovidas pela entidade, como o Campeonato Paulista (da cidade de São Paulo).
Na maior parte de outras corridas, inclusive do campeonato brasileiro, tenho conseguido também credencial de imprensa, mas em 2 modalidades, que são o "top" do automobilismo brasileiro, há uma dificuldade para se conseguir. Ter um site como o Imagens DaLuz ( www.imagensdaluz.com ) que divulga o automobilismo paulista e brasileiro, nem sempre é credencial suficiente para conseguir convencer a Assessoria de Imprensa da promotora do evento, a conceder o status de imprensa para livre acesso em todas as partes do circuito.
Elas são a GT Brasil com "carros dos sonhos" como a Ferrari F430, Lamborghini Gallardo, Ford GT, Viper, Porsche etc., e a Stock Car (brasileira) mais bonita que a americana. Mas neste ano, consegui o feito e obtive as credenciais de imprensa para as 2 corridas. Estas aconteceram em 2 semanas seguidas. No domingo passado, dia 28, e no anterior a este. Na 1a. consegui pelo meu site de fotos e noutra, através de uma revista de carros para a qual fornecerei fotos dos Stock Cars.
Nem imaginem o cansaço que dá para fotografar os carros em diferentes pontos do circuito. É o tal de andar de um lado para outro, debaixo de sol forte e muito calor que reinou nesses dias. Normalmente vou nos 2 dias de treinos livres e classificatórios, e depois para o dia da corrida no domingo. Ao todo, 3 dias por corrida, ou seja, nessas 2 corridas, praticamente 6 dias em Interlagos, quase uma semana.
O resultado de todo este trabalho: cerca de 3.500 fotos daquelas 2 corridas. Na era digital, a gente fotografa pra caramba. Diferente da era dos filmes de rolo de 36 fotos, que custava caro. Agora imaginem o trabalho que dá para selecionar e tratar as escolhidas, foto por foto, através do programa Photoshop, dando um ajuste aqui e acolá, nas cores, brilho, contraste, nitidez etc etc.
Faço mais isso à noite, e até o sono me vencer, consigo normalmente tratar umas 60 fotos. Depois ainda tem o trabalho de fazer o "upload" no site e montar as páginas e os álbuns, incluindo textos dos "press-release" recebidos sobre o que aconteceu na corrida, nos treinos e outras informações de pilotos ou de carros.
Esta é a minha vida da velocidade, que ainda tem que sobrar tempo para o portal Projecto Memória Macaense, o MacaenseBR e o Crónicas Macaenses. Ufa .... haja tempo para tudo isso, mas eu adoro. Tenho muitas alternativas, tanto que nada me abala. Atropelo os contratempos pois tenho pressa para outros meus afazeres. Bom isso que mantém a mente saudável, sempre ocupada e a pensar, e com muita coisa pra fazer.
Como vêm, além do meu eventual papel de correspondente do Jornal Tribuna de Macau, também tenho papel de repórter no automobilismo brasileiro, algo talvez no sangue. Pena que acabei não fazendo faculdade de jornalismo, mas como "curioso" faço o que posso. Adoro isso, tanto que rejeito qualquer espécie de censura e tentativa de coagir a liberdade da informação. Nunca serei um filhote da ditadura.

03/03/2010

Os homens na Gastronomia Macaense

A Gastronomia Macaense é o ponto forte dos temas macaenses, tanto na imprensa, sites ou na roda de amigos. Até o Manhão disse no seu artigo no JTM, que pelos depoimentos interessantes recebidos dava para escrever um livro. Vai em frente, Henrique! Sucesso!
Sempre dá água na boca, só de lembrar ou ouvir como se faz este prato ou outro. Até chega a criar uma competição saudável e divertida, quando os "concorrentes" comentam dos pratos que os outros preparam. Aquela conversa de "o meu é o melhor" desperta curiosidade quanto à receita que "ele" utiliza. Aposto que você já ouviu de um concorrente falar do prato de outro concorrente, é o tal de "aiá, falta isto falta aquilo", muito comum no ló pák kou, tal como "está duro", ou "muito pobre, pouco recheio".
Alguns são extremamente reservados. "Porque revelar os meus segredos aos concorrentes?", outros abertos, contam os detalhes, ou se contam, hummmm !!! Até tem uma linha de "cozinheiros" que falam abertamente que fazem de cabeça e "a olho", e nem sabem dar receitas. Bom, talvez na hora de elaborar, façam um esforço. Enfim, isso é saudável além de pitoresco.
O meu tema são os homens "cozinheiros" da culinária macaense. No Brasil são quantos? Estou aqui a fazer as contas. Do que sei e ouvi falar são 7 que têm certo destaque e são conhecidos. Mas penso que deve haver mais. Aqueles "mineirinhos", quietos no seu canto que cozinham bem à beça mas ninguém fala deles ou não se expõem ao público.
Até dá margem para imaginar como seria interessante uma competição específica. Cozinheiros x cozinheiras !!! Quem cozinha melhor, os homens ou mulheres? Pelo menos no concurso que aconteceu no Encontro de 2004, as mulheres ganharam a disputa. A dupla Isabel Pedruco /Isabel Batalha foi vitoriosa e olha que havia homens na parada !!! Mesmo assim, vale sempre perguntar: qual a sua opinião? Eu, politicamente correto, vou deixar de opinar. Para mim, sempre serão bem-vindos qualquer prato macaense, seja de homem ou mulher cozinheira, mas que me façam matar as saudades da terrinha, da minha mãe (aliás, foi uma excelente cozinheira, sem querer ser um filho "engraxa sapato ou puxa-saco", pois ela hoje desfruta do seu descanso eterno) e fazer-me desfrutar dessas delícias da nossa culinária, que precisamos preservar a qualquer custo. E sobre isso, os meus elogios pela criação da Confraria da Gastronomia Macaense, que hoje tem um novo presidente, o Luís Machado, que merece total apoio para esta tarefa importante em prol da nossa cultura e memória.