Crónicas Macaenses

16/07/2009

Quem é esta gaja ou gajo?

(neste blog - clique nas imagens para aumentar)
Mas ... diga lá ... quem é esta gaja ou gajo ???!!!
Vocês nunca iriam acreditar, nem mesmo seus amigos/as que são tantos em Macau.
Lembro-me dos tempos em que eu era diretor cultural da gestão do Armando Ritchie, em que promovemos um desfile de moda de associadas no Dia das Mães, e decidimos divertir o público ao desfilar três associados trajados de roupas femininas.
Qual nossa surpresa, quando um conceituado senhor, ficou lá fascinado a perguntar insistentemente, "quem é essa gaja ... quem é essa gaja?". Até ficamos preocupados que lá se inflamou uma paixão estonteante!!!
E eis a história desta gaja ou gajo ... hehehe !!!
A foto foi tirada na peça teatral do Natal de 2008 na Casa de Macau de São Paulo.
Penso que se olharem para as postagens posteriores, talvez, digo, talvez descubram quem é !!! hehehe .... mas vê se não se descuidam e vão se "apaixonar" por essa "gaja china" !!!

São Paulo e os 10 anos da transição

"Acuso o recebimento" do convite da Casa de Macau de São Paulo, para participar da festa no dia 1 de Agosto de 2009, para celebração dos 10 anos do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau - RAEM, bem como do 'tái san iat", 20 anos de existência da associação macaense..

Andam falando por aí que a competente Julie, que com toda a justiça assumiu a cozinha da associação macaense, vai preparar um delicioso tacho (chau chau pele), embora eu preferisse a sua feijoada macaense, a mais saborosa que já experimentei. O caprichado "tá páu" que ganhei dessa feijoada fez-me viver Macau nas nuvens por 2 dias.


Como já é uma tradição nas festas paulistanas/macaenses, o côro de macaenses, hoje com um nome mais adequado "Vozes de Macau", está a ensaiar a todo vapor e estreando algumas novas canções no seu repertório, além de que, ao que parece, com novos trajes chineses comprados na Liberdade. Aliás este côro está de parabéns, com menção especial à sua coordenadora Judite Manhão Branco, pois é a única formação macaense de São Paulo que mais tempo está a durar. E olha que estão de olho no Encontro de 2010. Será que vão estar lá?

Praticamente o grupo está a ensaiar nos fins de semana, quer haja festa ou não. Hoje conta com o novo maestro Fernando, pasmem, faz parte de uma banda cover de Bee Gees com ele nos teclados, tal como trajado com chapéu e tudo. O eficiente Vainer Dias Gomes que conduziu o côro no Encontro de 2007, teve que viajar por alguns meses para a Alemanha para um contrato musical, assumindo o Fernando no seu lugar que está também a mostrar toda a sua eficiência.

Outra grande atração, esta que vai fazer a gente rolar de rir, é uma peça teatral em patuá coordenada pelos pais de teatro paulista em patuá, a Mariazinha Conceição Carvalho e o Armando Ritchie. Só de ouvi-los contar de detalhes da peça, já dá para rir, quanto mais ver a peça em si. É uma nova adaptação da peça "O Passaporte" que conta de um posto para tirar o passaporte ao lado de uma padaria. Aí já dá para imaginar que as pessoas, por engano, vão ao balcão da padaria tirar o passaporte ou para o balcão do passaporte para comprar pão. É uma confusão danada !!!
Numa outra postagem irei falar e mostrar mais imagens de uma outra peça anterior como esta ao lado e acima. Queria muito ver o grupo teatral no Teatro do Macau Tower, quer seja no próximo Encontro ou não, pois garanto, vai fazer muito macaense morrer de dar risada até inclusive do inigualável Dóci Papiaçam.

Quanto à parte musical, já o Canicha (Charlie Santos) irá com a sua banda profissional fazer a apresentação que, segundo dizem, com as músicas dos anos 60 do seu novo CD. O Canicha já lançou tantos CDs, não comerciais, como frisa, que até perdi a conta. Fico feliz por ele que está a fazer o que mais gosta e com muita competência, e tudo com investimento pessoal. Bom para quem pode e faz, e faz bem!!! Sucesso Canicha!!!

Quanto à celebração dos 10 anos da RAEM, que conta com patrocínio de Macau e verbas através do CCM, já estamos a ver por diversas Casas e associações macaenses. Sempre é bom registrar que vale a celebração, pois a transição pacífica e o status quo da Macau de hoje, não é o que a maioria dos macaenses poderia imaginar. Podem falar da perda de certas regalias, mas digamos que ganhamos naquelas que nunca poderiamos pensar, o do porque da massiva imigração macaense antes da transição, como a minha bem antes em 1967, e agora até assistimos a algumas imigrações inversas. Ouço falar de certa resistência de uma ou outra entidade, mas convenhamos, quando nos ansiamos por um Encontro, bem sabemos quem nos patrocina a volta à nossa terra mãe e quem nos trata como filhos da terra, independente da nossa nacionalidade.

Que seja um sucesso a festa macaense-paulistana e que transcorra tudo na santa paz, boa vontade, respeito e bom senso.

Jovens Macaenses

Fiquei feliz em ver o nome de Rodrigo Mendonça figurar entre os jovens da delegação do Rio de Janeiro, que participa do Encontro de Jovens em Macau.
Por ser filho do meu primo e grande amigo desde os anos 60 em Macau, António Bruno Machado Mendonça casado com a simpática Argentina, conheço bem o Rodrigo e o quão macaense ele é, mesmo nascido no Rio de Janeiro onde os seus pais residem.
Penso que jovens conscientes das suas origens e com características que podem atuar no futuro, para a continuidade e preservação das suas raízes, certamente poderão dar o seu contributo para que não sejamos esquecidos para tão já.
Para isso a formação doméstica assume toda a sua importância e disso posso assegurar que o Rodrigo sabe bem. O meu primo António é um dos que soube formar o seu filho para a consciência das suas raízes, pois o seu sentimento macaense é patente.
Não podemos bater no peito e dizer que somos macaenses, que até de alguns se auto denominam “defensores de macaenses”, como num mote eleitoral, sem antes pensar que para ser macaense não é só viver o momento e fazer auto-promoção, mas pensar e dar o exemplo de forma positiva e construtiva para que os jovens sintam satisfação por fazer parte de uma comunidade macaense, além de sentirem o gosto de freqüentar esse meio.
Hoje, infelizmente, quando se pergunta aos jovens do motivo de não freqüentarem o meio macaense na sua associação local, como na diáspora, ouvimos opiniões tais como “não me sinto bem no meio, pois lá se vê intrigas, fofocas (chuchumecas), um tal falar mal de outros, disputas etc.”, sem falar de alguns tradicionais que não os integram, seja qual o motivo, como um deles, por não ter nascido em Macau, além de ficarem a falar o chinês, para que os “estrangeiros” não escutem as suas conversas esquisitas.
Além do que os jovens encontram muitas restrições de pessoas que “adoram falar o não”, quando no uso de equipamentos de lazer, tendo alguns até terem confessado que sentem “medo” de reclamar.
Em São Paulo, temos assistido ao esforço pessoal dos presidentes da Casa, o Júlio “Totó” e atualmente do Alex em favor dos jovens, que têm até merecido noticiário no JTM de minha autoria. É uma batalha dura, como assisti de perto tanto na gestão anterior como membro da direção, como nos dias de hoje. Muitas vezes o presidente se esforça, mas um ou outro colaborador de perto, faz exatamente o contrário, anda na contra-mão, além de alguns membros desinformados da comunidade. Às vezes até fico a lembrar dos tempos de escola no Seminário São José, quando ainda reinava punições aos alunos com réguas, rotas e palmatórias.
Uns falam que não adianta investir nos jovens, mais tem que gastar toda a massa nos tradicionais, pois eles, os jovens, não querem saber de nada e nem freqüentam a Casa.
Exigir que o jovem freqüente a Casa tal como um mais idoso frequenta é pura utopia. Hoje alguns associados ainda vão com alguma freqüência, mais para comer alguma comida macaense ou para participar de atividade específica que exija um ensaio freqüente. Essa freqüência vemos diminuir com o tempo, tanto por óbitos, doença e dificuldade de locomoção, desgosto, ou como dizem uns, para não ver aquele sujeito que não gramam. Sem falar que muitos que já não vão mais há tempos por mágoas, que por causa de uns, acaba a Casa “pagando o pato”. A Casa que, convenhamos, tem que ser enxergada como uma associação para fins culturais e de preservação da identidade, entre as mais importantes finalidades. Para outras finalidades, há órgãos governamentais ou entidades privadas específicas que sabem lidar dentro da legalidade, e não nós sem conhecimento técnico e fora das normas, com uma ajeitada de termos, um assunto que merece ser abordado numa época adequada.
Assim penso que não podemos exigir do jovem uma freqüência e participação de atividades, tal qual como praticada por seus pais ou parentes da geração atual de imigrantes. Não há raciocínio lógico, pois eles têm a sua vida construída no País de acolhimento dos seus pais, dentro dos costumes locais, fora de que já têm construído as suas amizades, meios de lazer e diversão na cidade.
O que podemos sim esperar dos jovens no futuro, é que saibam promover atividades pontuais ou de datas específicas, para lembrar as suas raízes e costumes dos seus parentes, para que possam contar a história de um povo macaense originário de uma presença portuguesa por cerca de 420 a 440 anos, numa cidade que se chama Macau, localizada no Sul da China onde se vive hoje uma perfeita harmonia de culturas, mesmo após a justa transição à sua origem.
Portanto, é merecedora de aplausos a iniciativa do Conselho das Comunidades Macaenses em promover o Encontro de Jovens, que mesmo com um limitado orçamento a permitir apenas a viagem de poucos jovens de cada País da diáspora macaense e dos residentes, vale pela mensagem a eles que não estão esquecidos. Os macaenses de hoje precisam dos jovens no amanhã, para que não fiquem lamentando com sentenças tais como “lá se vai mais um de nós” ou “estamos acabando”. Ficamos felizes por ver que em Malacas como em Goa, ainda há uns resistentes que lembram bem das suas origens. Não teria sido um “ex-jovem filho de outro ex-jovem etc”, cuja família soube contar e conscientizar das suas origens, que em Malaca ainda há rastros da colonização portuguesa? Assim se espera em Macau como na diáspora macaense para daqui a 15, 30, 50 anos ou mais ...

06/07/2009

'niver de 60 à la 60

(clicar na imagem para ver em tamanho maior)


Ou seja, aniversário de 60 anos à moda dos anos 60. É isso o que aconteceu no dia 04 de Abril em São Paulo !!! Alex Airosa comemorou o seu "tái san iat" (grande aniversário), que para os homens ocorre na terminação zero e para as mulheres em um. E criativamente o tema para a festa, num belo buffet em Santo Amaro, foi baseado nos anos 60, belos tempos que outrora em Macau marcou pela sua participação no conjunto The Thunders.


Aí então muitos convidados, cerca de 300 ou mais, procuraram trajar-se à moda dos anos 60 ou algo parecido. 'Tá certo que alguns trajes lembravam mais os anos 50 ou posteriores, mas valeu toda a intenção. Afinal era dia de baile e festa !!!


Duas bandas animaram a festa, sendo uma delas cover dos Bee Gees, bem à moda dos anos 60. E lá subiram ao palco, o Api-Rigo Rosário, Manuel Costa e Armando Ritchie, seus colegas dos Thunders, e juntos fizeram uma homenagem ao aniversariante. E, enquanto acontecia a festa com muita música e dança, rodava um video em 2 telas com fotos antigas e atuais do Alex. Entre os convidados, muitos conterrâneos que para além de homenagear um amigo, também o faziam para o presidente da Casa de Macau de São Paulo e a eles somaram muitos empresários especialmente a alta direção e presidência da PCS e Potash (veja numa nova postagem) vindos especialmente dos EUA para tal fim. Familiares e amigos do Canadá, Portugal, Macau, também viajaram para participar da festa que estendeu-se pela madrugada.